domingo, 1 de maio de 2016

Um sonho que se foi...

Um sonho que se foi...
Adentro a madrugada silenciosa - A
em busca desse sonho fugidio... - B
Tem cor de azul anil tão melindrosa, - A
o sonho que me causa arrepio. - B
Não sei por qual estrela vai meu cio - B
a resvalar na chuva graciosa... - A
Adentro a madrugada silenciosa - A
em busca desse sonho fugidio. - B
Sou dor entrecortada, sou formosa, - A
um mito de saudade – não sorrio... - B
Aspiro a Primavera toda prosa, - A
enxugo o pranto em luto e num vazio, - B
adentro a madrugada silenciosa. - A
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 27 de outubro de2012 – 1h58
Fundo musical: Ernesto Cortazar. Corazón Solitario

Este meu amor...



Este meu amor...

Porque te amo assim e indefinivelmente,
os céus invadirei em busca do infinito.
Serei mulher etérea e indecifravelmente,
teu canto em alegria, o beijo favorito.

Ao negro do cabelo, a cor do meu delito,
à luz do meu olhar, estrela abducente.
Porque te amo assim e indefinivelmente,
os céus invadirei em busca do infinito.

Meu corpo, anseio em luz, trepida avidamente
e um talco estelar completa-me esse rito,
a polvilhar gemido em som de tom demente.
Os céus invadirei em busca do infinito,
porque te amo assim e indefinivelmente.


 Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 18 de julho de 2010 – 14h10

Mutatis mutandis


 
Mutatis mutandis

Um instante de amor que vale um sonho
realiza-se na espera desejada.
Este sonho de amor que em mim componho
noite a dentro refaço embriagada.

Não mais sei se sou luz ou madrugada,
riso quente de amor em ser bisonho.
Um instante de amor que vale um sonho
realiza-se na espera desejada.

Ouço tankas de amor e a mim suponho,
ser tua verve paixão direcionada.
Fujo e achego mutante – um ser risonho,
bruxa ou fada - sutil e desejada.
Um instante de amor que vale um sonho...



Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz.
Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2010 – 15h55.


Som: Sam Taylor. Harlem Nocturne.

Amor em dor




Amor em dor
 
Amor, amor, amor - esse feitiço,
permeia cada sonho em mim candente.
Revolve o coração afogadiço
e em dor, fervor sem cor, faz mal à mente.

Desfaço meu calor em céu temente
e abraço no meu corpo o tom mestiço.
Amor, amor, amor - esse feitiço,
permeia cada sonho em mim candente.

Amarga solidão matou meu viço...
Nos dias desta vida há só poente,
a debulhar ao léu um som castiço.
Reclamo ao meu olhar iridescente,
amor, amor, amor - esse feitiço...
 
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2014 – 20h16

Saudade anônima [Meu primeiro rondel]




Saudade anônima

Persiste no meu peito em flor saudade,
o ardor de um amargor... ah! dor intensa!
Se um dia ao teu olhar fui só deidade,
saudade és em mim, por recompensa!

Transmuta em mente eunuca, que nem pensa,
esta aflição fervor, ansiedade!
Persiste no meu peito em flor saudade,
o ardor de um amargor... ah! dor intensa!

E vão-se estrelas, luas – crueldade,
ausência que distende em luto e ofensa,
um nome que não sei – (hilaridade!)
O anônimo que choro em dor incensa,
persiste no meu peito em flor saudade...

 
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 5 de julho de 2010 – 14h33

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